segunda-feira, março 13, 2006

Fuga...

E transformo agora em lágrimas
o amor, a raiva de mim,
os sentimentos que não ouso partilhar.
Aqui neste canto seguro, choro baixinho,
alguém dorme no quarto ao lado.
Sabia-me bem agora um carinho,
um ombro, um abraço,
aqueles que nego com a minha força teimosa e fria.
E nesta noite calada enrolo-me então nos lençóis,
encosto a cabeça na almofada
e mergulho no sono,
no mundo dos sonhos e do engano.
Uma fuga à verdade,
a possibilidade de viver a outra realidade,
aquela que eu tanto queria ter...

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